sábado, 30 de junho de 2012

Internet Box Tv Com Android - Filmes, Livros e Internet na TV


Momento Geek! Acabei de adquirir um aparelho Box multimídia para conectar à Tv. Esse equipamento serve para reproduzir todos os tipos de mídias. As mídias podem ser vídeos, como filmes e séries em geral, ou músicas, além de ser possível a leitura de arquivos de textos, planilhas e imagens. Aceita todo tipo de formato (relação no final).

As mídias podem ser acessadas pelas portas USB, se gravadas em pen-drive, HD externo, ou então cartão SD. Pode ser ligado por cabo HDMI, ou outros tipos de conexão, como S-Vídeo. Como vocês podem ver, com ele pode-se fazer de tudo e ainda navegar na web perfeitamente (com conexão rj46 ou wifi), assistir vídeos no youtube e visitar diversos sites.

O controle remoto é um show à parte. Ele possui todas as teclas de um teclado de computador, simula um mouse perfeitamente, parecido com o controle do Wii.

A interface gráfica é intuitiva (Android OS, simples e fácil) e permite baixar todo tipo de aplicativo gratuito (Android Market) com um clique. Mais um exemplo do poder do Linux!


Características:
. Acesso as redes sociais: Twitter, Facebook, Youtube, MSN e muito mais, com atalhos já salvos no aparelho
. Conexão a Internet via Wi-Fi ou cabo de rede
. 2 entradas USB
. Entrada para cartão de memória SD até 32GB
. Acompanha controle remoto que facilita a navegação: motion mouse com teclado Qwerty de 2.4GHz e teclas de atalho
. Conecte o cabo HDMI para ligar a televisão, e tenha imagens em alta definição e som cristalino
. 4GB de memória interna Flash
. Grave filmes e programas na memória para assistir posteriormente
. Acesse sua conta de e-mail com toda a facilidade
. Leitura de arquivos do Office
. Conexão HDMI ou RCA
. Processador ARM Cortex A9, frequencia de 800MHz
. Memória RAM de 512MB
. 802.11b/g/n módulo Wi-Fi
. Suporte a reprodução de vídeo em 1080p (alta definição)
. Compatível com HDD portátil
. Compatível com gadgets de clima, calendário e relógio na área de trabalho
. Pode ser usado também com mouse e teclado convencional, através da conexão USB
. Com flash player 10.3
. Reprodução de vídeo on-line
. Leitor de música, imagens e vídeos
. Instalador App para instalação de aplicativos a partir do cartão USB/SD

Formatos de Mídias:
Formatos de vídeo: DAT/MPEG/MPE/MPG/M2V/ISO/TS/VOB/AVI/MKV/MP4/ MOV/3GP/3GPP/ FLC/AVI/W MA/TS/M2TS/M3TS/M4TS/M5TS/MTS/M4V/FLV/3G2
Formatos de áudio: MP3/WMA/WAV/OGG/OGA/FLAC/ALAC/APE/AAC/M4A/AC-3/DTS/RM
Formatos de Imagem: JPG/JPEG/PNG
Formatos de Texto/Planilha:  DOC/DOCX/XLS/XLSX/PDF/ODF/ODT
Formatos de Quadrinhos: CBZ/CBR
E muitos outros mais!

Software: Android versão 2.3
E outros programas para download gratuito via Android Market

Preço: +- R$480,00

Onde Comprar: Mercado Livre
onde comprei o meu: http://lista.mercadolivre.com.br/internet-box-tv-multilaser

Se desejar me consultar é só me enviar um e-mail: capitao.kirk@bol.com.br

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Autor, Direito Autoral, Pirataria e Futuro





O conhecimento pode criar problemas, mas não será a ignorância que irá resolvê-los.”¹
Isaac Asimov

   Desde que a web trouxe a facilidade de acesso aos diversos formatos de arte eu me vi inserido em um processo cuja discussão procurei apresentar em meu blog. Não questiono legalidade, pois sei que está vinculada ao poder. A história mostra que o direito é criado e alterado consoante o movimento dos grupos que detém o poder. Apenas raras vezes, excepcionalmente, favorece o povo, na maioria dos processos obedece aos interesses desses grupos dominantes. Contudo, utilizar-me desse argumento para defender a ideia de compartilhamento, em oposição a propriedade, é fácil demais, até errado. Sei que muita gente que faz downloads de obras e são a favor do compartilhamento, no momento de um debate mais aprofundado, não dispõe de fundamentos para defender seu pensamento, caindo na armadilha de se utilizar de retóricas sem qualquer embasamento (os editores são ricos, o autor não ganha nada, fazer downloads não causa prejuízo e etc...). Nunca foi esse meu intuito. Nesse imbróglio, um turbilhão de paixões, ideias e propostas surgem, é na argumentação que eu pretendo estar colaborando.
   A sociedade está em constantes transformações, o modus operandi do final do século XIX mudou muito. No artigo que escrevi sobre duas das maiores editoras do mundo² pode-se observar como funciona esse processo, a criação de leis e suas posteriores alterações. Desde o início a legislação sobre o direito autoral teve o intuito de proteger os possuidores dos direitos autorais, não os autores. No princípio, os detentores do direito autoral eram determinados pelos nobres, que além de escolherem quais as obras a serem publicadas (na época copiadas manualmente) também censuravam e alteravam os escritos. Esse inicio corrompido, mais outros desvios éticos, econômicos e morais ao longo da história, foram os alicerces das grandes editoras, gravadoras, distribuidoras e empresas cinematográficas, inclusive em detrimento do direito do autor. Para corrigir os abusos do passado somente inventando uma máquina do tempo, algo impensável nos dias atuais. Portanto não adianta discutir sobre como ocorreu a formação do poder, apenas compreender, pois com esse conhecimento podemos impedir que se repitam esses abusos e construir algo melhor para o futuro.
   Sabendo que eles próprios, editoras, gravadoras e empresas de cinema violaram, diversas vezes, o copyright, exploraram autores e que hoje afirmam que não é justo ou correto fazê-lo, entendo que não é por questões legais nem pseudo-morais que os caminhos serão escolhidos. Estamos em uma época que novos meios tecnológicos surgiram, estão revolucionando o mundo. O desenvolvimento dos meios de produção impele a sociedade para novas relações, independente da vontade de qualquer grupo que a compõe, assim foi com a prensa de Guttemberg, com o fonógrafo, o cinematógrafo, as fitas cassetes, o vídeo-cassete, cd e dvd, e, finalmente, a mídia digital virtual. As primeiras empresas de cinema, Fox e Warner Brothers entre elas, violaram o copyright do inventor do cinematoscópio, Thomas Edison, para criar filmes e ganhar dinheiro nesse processo³, e isso ocorreu em todas as áreas. Atualmente com as mídias digitais, acontece a mesma coisa, apenas não são grupos empresariais, mas pessoas comuns, usuários do computador que estão fazendo o mesmo. Na minha opinião, as empresas que se virem para resolver seus problemas de adaptação às novas tecnologias, elas não se preocuparam antes com o autor, nem depois com os trabalhadores que ficaram desempregados com a implementação de tecnologias, então isso não me preocupa.
   Entro, então, no que considero o cerne da questão, o autor. Existe, para mim, uma linha de pensamento que gosto de adotar, primeiro imagino um mundo ideal e depois o relaciono com a realidade como vivemos hoje. Porque penso assim? Creio que devemos imaginar um mundo ideal e tentar apresentar soluções para o mundo de hoje que nos leve em direção a esse mundo ideal. Acredito que em um mundo ideal ninguém vai precisar de dinheiro, mas a arte vai continuar a existir. Qual o motivo para ser criar alguma coisa se não vai haver o lucro? A remuneração não é o que move o ser humano no processo de criação, o motivo é outro, a satisfação pessoal, a realização, o prazer. Com esse mundo ideal em mente, volto a analisar a sociedade nos dias de hoje. Estamos em um período de transição, portanto é necessário a remuneração para que os criadores das obras possam continuar a criar. Essa remuneração não está vinculada ao processo de criação, mas é ela que dará condições ao autor para criar. Neste caso estou desvinculando a obra de sua remuneração, pois aquela é independente e pode gerar uma receita de diversas formas. Encontramos, enfim, o grande problema: Como o autor deve ser remunerado, se considerarmos a liberação de downloads?
   Minhas sugestões são resultados de várias pesquisas, são possibilidades, requerem muitas adaptações, mas buscam conciliar, no momento, as diversas variáveis, autor, meio tecnológico, usuário da internet, entre outros, com a finalidade de se aproximar, no futuro, do mundo ideal. 
   A afirmação de que o download causa prejuízo, parece que, realmente, é um mito. Um trabalho recente (maio de 2012), um artigo acadêmico4, de R G Hammon, economista e pesquisador da North Carolina State University, o qual comprova que os downloads de álbuns ainda não lançados ajudam nas vendas dos mesmos, contraria todos os atos, discursos e interesses das indústrias da música. Antes disso, porém, um renomado escritor, Paulo Coelho5, já afirmara que pirateava seus próprios livros, divulgando-os gratuitamente na internet, como forma de incentivar suas vendas. Essa já é uma grande pista, da forma de auferir e aumentar receitas, que pode ser utilizada por outros autores. Além da distribuição livre, com intuito de propaganda, os processos de distribuição e venda também podem ser feitos pela web, o que livra o autor da exploração dos grandes monopólios. Aliada nesse processo, é a criação digital, que facilita para os autores o próprio processo de criação, baixando o custo e reduzindo o tempo para desenvolver uma nova obra. Novos métodos de ganho surgem a todo momento na internet, postagem de vídeos no Youtube, garantem rendimento de acordo com o número de acessos, autores postam capítulos, um a um, em sites cobrando não pela obra, mas pelo acesso ao site, outros podem utilizar-se da quantidade de acessos para também usufruir das propagandas que vão lhe gerar outros rendimentos. Os blogs, sites que podem servir como portfólio, para diversas áreas de criação, divulgam, ainda mais, os autores e suas obras.
   Esses são alguns caminhos, sugestões que incluem o que já existia e o que está surgindo, mas a proteção ao autor é algo que deve permanecer, constar em leis, até que esse processo tenha se aprofundado, o autor deve ser protegido, principalmente, do uso indevido, com fim de lucro, de suas obras. Se um autor de uma obra coloca fotos ou criação gráfica, de outro autor, e vende essa obra, então está obtendo lucro direto com a obra de outro, se porventura, coloca fotos ou arte gráfica de outro autor em site, e ganha em acessos por esse fato, isso é lucro indireto com obra de outro autor. Em ambos os casos deve haver legislação que proteja o autor desse uso indevido. Desta forma, estarão garantidos o criador, que poderá continuar a produzir suas obras e o acesso livre e democrático da web, salientando que compartilhar não inclui lucrar com uso indevido de obras, mantem-se a integridade do processo. Algumas distorções ficarão mais explícitas, como a manipulação de leis para aumentar o período do direito autoral pelas empresas, tomar posse de direitos autorais de outros autores, além de relações mercadológicas viciadas, como das editoras no sistema educacional brasileiro, a edição de HQ's estrangeiras no Brasil, preços abusivos de livros (lembrando a imunidade tributária do papel, ou seja, não incide imposto algum!).
   É óbvio que a visão é simplista e a sociedade é complexa, mas as opções para os autores existem, para a socialização das obras com o compartilhamento também, e somente as mega-empresas monopolistas ainda não viram que podem ganhar com esse processo, preferindo não só ficar à margem como tentar transformar em marginais os que estão na vanguarda.

Obs.: Gostaria de agradecer a Thais Linhares por seu comentário, pois este me despertou a ideia de escrever esse artigo.


1. Asimov's guide to science - página 15, Isaac Asimov - Basic Books, 1972 - 945 páginas




sábado, 10 de março de 2012

Anonymous Ataque em 03/2012: Barcas do Rio de janeiro


  Muita gente me pergunta porque escrevo tanto sobre os Anonymous, mas a explicação é bem simples. Todos nós sempre estamos revoltados com alguma situação ou fato injusto, o qual, geralmente, não temos meios para lutar, pois ou ocorrem a certa distância, ou em determinada esfera nunca alcançada pela justiça.  Sabemos que a lei serve a quem tem poder, por isso vemos corrupção, suborno, tráfico (de drogas ou influência) e impunidade. 
   Democracia sempre foi a palavra usada para nos convencer de que temos algum poder de mudar a sociedade, espantando o fantasma de outras ideologias. Não perca o seu direito democrático, cuidado com outras formas de luta, podem levar a ditaduras. Acuados e sem ter opções, abraçamos a democracia e, através do voto, tentamos melhorar o país. 
   Após a ditadura militar dos anos 70, a economia está em franco crescimento, o país se desenvolvendo em rítmo acelerado, mesmo com a crise internacional, mas os crimes que sempre ocorreram, nos sucessivos governos, nunca param e pior, continuam impunes.  Agora entramos numa nova era, depois da internet nada será como antes! Quem tiver algum conhecimento dessa área pode tentar expor as injustiças, lutar contra os crimes e a corrupção. 
   Neste início de março/2012, houve o aumento do preço da passagem das Barcas no Rio de Janeiro, que são responsáveis pelo transporte de 100.000 pessoas, em média, por dia, entre Niterói e Rio de Janeiro, o principal trajeto. Ocorreram muitas manifestações contrárias ao aumento, mas, como resposta, o de sempre, repressão, força policial e finalmente acomodação, aceitação e sensação de impotência e impunidade. Aumento de 60,7%, o estado do RJ irá comprar novas barcas para a empresa, isenção de imposto e o estado irá cobrir parte do valor da passagem! Isso é ultrajante! Contudo, aconteceu algo que nem o governo e a força pública e nem a empresa Barcas S/A esperavam, o campo de batalha mudou para um local que o poder constituído e as forças de repressão não tem o mesmo impacto, a internet.
Sob ataque de um grupo de hackers, já muito conhecido como Anonymous, a assembleia legislativa do Rio de Janeiro viu alguns dados serem publicados na web, os nomes, celulares pessoais, de assessores, endereço, currículo, dos deputados que votaram a favor do aumento da passagem (neste site vc pode verificar esses dados http://pastebin.com/k2EhAUCH). Mas a batalha não parou por aí, esses heróis modernos, que trazem uma nova cultura de resistência e luta, talvez uma mistura ideológica, um anarco-socialismo, invadem o site das Barcas S/A e deixam uma mensagem extraordinária, que representa o que todos gostariam de dizer nesse momento:
  As informações obtidas da empresa Barcas S/A serão divulgadas em breve no Wikileaks e foi sugerida a licitação para essa concessão, o que é legal e óbvio.
  Os Anonymous concluem lembrando:
Nós Somos Anonymous, Nós Somos Uma Legião, Nós Não Perdoamos, Nós Não nos Esquecemos!
   Assinem a petição contra o aumento da passagem:
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N21538
Hackers de todo o mundo uni-vos!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

TORRENT: Para Que Serve e Como Usar


Atualmente, após o dia 18/01/2012, que marcou o início do maior embate entre as forças que representam as empresas multinacionais e multimilionárias das mídias, verifiquei que a melhor forma de compartilhar arquivos pela internet é o Torrent. Conversei com muitos amigos e eles demonstraram dúvidas e alguns desconheciam esse método de compartilhamento, o que me levou a escrever esse post.
O que é Torrent?
Torrent, em português torrente, significa alguma coisa em grande quantidade, em movimento ou maior fluxo. Bit significa, em informática, dígito binário ("BInary digiT"), a menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida e assume somente 2 valores: 0 ou 1. BitTorrent é um protocolo de rede que permite ao utilizador realizar downloads de arquivos. Esse protocolo introduziu o conceito de "partilhar o que já foi baixado", maximizando o desempenho e possibilitando altas taxas de transferência, mesmo com muitos usuários baixando um mesmo arquivo simultaneamente, aliás, quanto mais utilizadores, maior largura de banda se torna disponível. Foi criado por Bram Cohen em 2001 e em 2010 foi responsável por 35% dos dados transferidos na Internet no mundo. Na rede BitTorrent os arquivos são divididos em partes e os utilizadores da rede partilham esses pedaços em ordem aleatória, que são reconstituídos mais tarde formando o arquivo final. Esse sistema otimiza o desempenho da rede, pois não existem filas de espera e todos partilham partes entre si, não sobrecarregando um servidor central, como acontece com sites de downloads.
Para o que serve?
Essa é fácil, baixar arquivos de todo tipo da internet.
Como usar?
Com o grande número de adeptos do Torrent, diversos aplicativos foram desenvolvidos para auxiliar o usuário, facilitando buscas, gerenciamento e outras funções do processo, entre eles o BitTorrent, com o mesmo nome do protocolo de rede.


Instalando o BitTorrent:
1 -Faça o download no site http://www.bittorrent.com/intl/pt/ clicando em "BitTorrent gratuito" e depois clique duas vezes no arquivo baixado BitTorrent.exe.
2 -Desmarque a instalação da barra de ferramentas e clique em Avançar para prosseguir com a instalação.
3 -Clique em Instalar para iniciar a instalação.
4 -Aguarde os arquivos serem copiados.
5 -Deixe todas as opções do BitTorrent marcadas. Clique em Terminar.
Neste vídeo vocês tem todas as informações para instalação do BitTorrent
Agradecimento pelo vídeo ao DragãoxpkGames (meu filho, hehehehe)
canal do youtube: DragaoxpkGames
Usando o BitTorrent:
Procuramos a mídia desejada no Google, exemplo abaixo, cosmos torrent
 
 abrimos a página que contém o arquivo
 
 Escolhemos o arquivo a baixar, neste caso no site do Pirate Bay
 

Abre a página do arquivo desejado
Então clicamos em uma das duas opções: 
A - GET TORRENT FILE - Baixamos o arquivo com extensão .torrent e após o download clicamos no arquivo e ele abrirá no programa BitTorrent, iniciando o download ou
B - GET THIS TORRENT - Clicamos nesse link, também chamado de "magnet link" e tem um desenho de um imã em "U" do lado, que abrirá no programa BitTorrent e iniciará o download.
Pronto agora é só esperar o término do download e deixar algum tempo depois de baixar para que outros também aproveitem.
É isso aí, fácil, rápido e seguro.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A Origem da Pirataria e do Poder na Cultura


ANÁLISE CRÍTICA E HISTÓRICA DAS EDITORAS DE LIVROS

Eu tenho participado de muitas discussões sobre copyright/direito autoral recentemente e após muito refletir, resolvi escrever esse post e mais outro que virá em breve (sobre gravadoras e produtoras, aguardem), fiz muitas pesquisas, quase um mês de leitura, foram 4 livros e centenas de páginas da internet, sempre me preocupando com a veracidade dos fatos, procurando a origem da história e, ao mesmo tempo, trazer para o post a fonte da informação, referência do todo esse trabalho. Ao escrever esse post optei por fazer a seguinte divisão, primeiro acima da matéria, a análise crítica do processo, depois faço a descrição histórica resumida e por fim as fontes, referências, de onde eu tirei toda a informação, aliás inteiramente disponível na internet.
A discussão, geralmente, ocorre com as empresas justificando sua luta desesperada para garantir o copyright e, consequentemente, seus lucros. O argumento apresentado é a propriedade da obra, daí quase tudo que resulta da obra e seus derivados, assim como valores de venda ou serviços, pertencem ao dono. Do outro lado existem pessoas que baixam arquivos na internet e querem continuar baixando de graça. No meio dessa guerra existem aqueles que eram proprietários de obra e venderam seus direitos para as empresas e, também, os que baixam arquivos mas acreditam que compartilhar é um direito e todos deviam ter acesso a cultura e conhecimento, grátis e livre. Será que sempre foi assim, sempre houve essa discussão? Como tudo começou?
Em minha pesquisa tive que fazer uma viagem no tempo e retornar até o século XV, quando da invenção da prensa e do tipógrafo, por Gutenberg. No início não havia o direito do autor e a cópia era autorizada somente pelo poder feudal IGREJA + REI. Quando o tipógrafo surgiu alterou completamente esse quadro e mesmo queimando muita gente não conseguiram impedir a reprodução dos livros. Aí surgiram os primeiros piratas, desobedeciam as leis e imprimiam livros. Com o tempo, não foi possível evitar a transformação social que resultou da aparição desse invento e a sociedade incorporou a impressão de livros, os governantes passaram a nomear os impressores, para melhor controlar, claro. Mas mesmo assim, outros impressores surgiam, se revoltavam por não poder imprimir os livros, que então eram exclusividade dos nomeados, e imprimiam clandestinamente, principalmente livros censurados, vejam outros piratas!
Martim Lutero imprimiu ilegalmente, contra a igreja católica, a bíblia em alemão e se tornou, talvez, o primeiro pirata famoso e muitos outros o fizeram depois. Neste período surgiram os missionários protestantes e um fundou uma empresa que é motivo de nossa análise. Bertelsmann, a segunda maior editora do mundo, proprietária da RCA e EMI, gravadoras famosas. Iniciou, também, com livros religiosos no século XIX, sem copyright, e depois seus descendentes seguiram com a empresa e enriqueceram. Imaginam como? Sua empresa era pequena até meados de 1930 quando apoiou o nazismo e seus lucros foram absurdos, inclusive usando judeus sem remuneração. Esse não era pirata com certeza, mas, como uma empresa dessas pode exigir que o conhecimento e a cultura não possam ser compartilhadas, quando ela mesma abusava até dos direitos humanos mais básicos? A outra empresa também não fica atrás. A editora Longman foi criada em 1724, mas comprou os direitos de William Taylor que era impressor nomeado pelo Rei em 1714, esse por sua vez era proprietário de uma livraria que também imprimia livros, que existia desde 1640, anterior ao copyright (1710). Então Longman começou com uma livraria sem que os autores recebessem algum valor por suas obras, já que a exclusividade impedia que os autores comercializassem sua própria obra, então eram obrigados a vendê-la, obviamente a preços irrizórios, aos impressores nomeados. Assim surgiu a Longman, mas essa não é a pior parte, ela foi comprada pela Pearson, que a transformou na maior editora do mundo atualmente. A Pearson, foi criada quase na mesma época, só que era construtora, e seu criador Weetman Pearson, além de deter cargo público e representar os interesses do governo inglês no México, fez contratos com o ditador mexicano Porfírio Diaz, para diversas obras e exploração do petróleo. Em suas empresas no México o funcionário não recebia salário, só vale, e esse vale apenas poderia ser usado nos armazéns da Pearson, cujos preços eram em média 18% mais caro que o mercado. Mais um que usou trabalhadores como escravos! Então temos duas empresas, em ambas os proprietários exerceram cargos públicos, apoiaram ditadores, se utilizaram de trabalho forçado,  e no período referente ao seu início não havia copyright para obras estrangeiras, ou seja, pirateavam as obras de outros países! Somente no final do século XIX começaram a surgir algumas leis que protegiam as obras estrangeiras, nos EUA, por exemplo, a lei de copyright surgiu praticamente junto com a república, mas não protegia a obra estrangeira, só depois de mais de 100 anos! E essas empresas ainda tem a cara de pau de querer censurar a internet! Apesar da legislação de copyright garantir a propriedade do autor, ela apresenta um limite de tempo para esse direito. O entendimento é que a sociedade precisa ter acesso ao conhecimento para se desenvolver. Quem disse isso foi a justiça inglesa no século XVIII. A lei americana também afirma esse aspecto de limites, mas as grandes empresas não se contentam com o prazo legal e pressionam o congresso americano, não alterar a lei, mas para aumentar os prazos. Onze vezes nesses últimos 40 anos, os prazos foram aumentados! Se a intenção do legislador era impor um limite, as empresas o violaram. Como as empresas conseguem impor seus mais nefastos desejos ao congresso americano?
Citando o livro Cultura Livre, que consta no final do post:
"No lobbying que levou à aprovação da Sonny Bono  copyright Term Extension Act (a mais recente dilatação de prazo dos limites do copyright), essa 'teoria' sobre os incentivos provou ser real. Dez dos trezes deputados que aprovaram a lei na Câmara dos Deputados receberam a máxima contribuição do comitê de ações políticas da Disney; no Senado, oito dos doze senadores que aprovaram a lei no senado receberam contribuições. Estima-se que as entidades representantes das gravadoras, editoras, produtoras (RIAA e MPAA) tenham gastado mais de 1 milhão e meio de dólares em lobbying durante o período eleitoral de 1998. Eles pagaram mais de 200 mil dólares em contribuições de campanha. Estima-se que a Disney tenha contribuído com mais de 800 mil dólares em campanhas de re-eleição durante o período de 1998." 
Todas essas informações tem referência na obra do autor. Agora a gente entende porque os congressistas fazem o que as empresas de mídia querem. Então eles usam escravos, não pagam direitos autorais, subornam os políticos, se aliam a ditadores nazi-facistas, querem censurar a internet e ainda por cima impedir o compartilhamento de conhecimento e cultura!
Bem, argumentam alguns, mas e os autores das obras como ficam? Poderia citar a Rita Lee, quando disse, publicamente , que não ganha dinheiro das gravadoras, ganha com seus shows, e baixa música da internet. Ou o Gilberto Gil que colocou todas as suas músicas na internet em um site com livre acesso.
Talvez Peter Gabriel, que levantou a voz contra essas empresas e os projetos de censura americana, assim como o nosso Maurício de Sousa colocou a turma da Mônica contra a censura. Snoop Dog, Will I AM e Kanye West fizeram música para defender o megaupload, site de download desativado pelo FBI, nos EUA. São muitos artistas no mundo inteiro em defesa da liberdade da internet. Como vimos na história os artistas são prejudicados pelas grandes empresas, um caso recente é do filme Atividade Paranormal. Filmado por amadores o filme não foi distribuído porque as distribuidoras disseram que o filme era muito amador, mas uma das distribuidoras o comprou por 30 mil dólares e nas cinco primeiras semanas arrecadou apenas 22 milhões de dólares! Parece que ainda estamos no século XV!  
Mas qual será o efeito dos downloads de arquivo na internet para a economia?
Estudo feito pelos economistas Felix Oberholzer-Gee e Koleman Strumpf de Harvard, EUA, concluíram que:
"a troca de arquivos protegidos por direitos autorais não tem efeitos econômicos drásticos. Não vemos evidência alguma de que o compartilhamento de arquivos desencorajou a produção artística. (...) A tecnologia digital diminuiu os custos de produção de filmes e músicas e permitiu que os artistas alcançassem seu público de novas maneiras. O download não representaria, portanto, uma venda perdida -remixes e mashups (músicas misturadas) podem até incentivar a venda de canções originais. Além disso, aumentou a demanda por shows. Na conclusão, os pesquisadores apontam que o maior acesso do público às músicas e uma proteção mais fraca dos direitos autorais, aparentemente, beneficiaram a sociedade".
Para fechar a análise vou citar Paulo Coelho, que virou símbolo da liberdade na internet e do compartilhamento tendo sua imagem estampada no site Pirate Bay, referencia internacional na oferta de filmes, séries, músicas e livros para download gratuitos.
"Assim que fiquei sabendo, decidi participar. Muitos dos meus livros estão lá e, como eu disse em um post anterior, as vendas dos meus livros físicos têm aumentado desde que meus leitores os colocaram em sites de download (...) a ganância não entende que o mundo mudou, e a ignorância pensa que, se a música está disponível gratuitamente, as pessoas não comprarão o CD.(...) O ponto é que nós queremos, antes de mais nada, compartilhar algo(...) a indústria está pensando em direção oposta à de nossa realidade hoje.(...) criei a página Pirate Coelho, que inicialmente tinha autoria anônima e hoje é armazenada em meu blog, no qual compartilho cópias integrais de minhas obras para download."
Diante do que pesquisei eu acredito que o compartilhamento é algo que não tem mais volta, assim como a tipografia de Gutenberg, a impressão de livros, a mecanização da lavoura, a robotização das indústrias automotivas, é evolução. E, da mesma forma que as empresas afirmaram que seus trabalhadores demitidos pela implementação do avanço tecnológico iriam encontrar seu espaço no mercado de trabalho, essas empresas estão sendo acuadas pelo próprio avanço tecnológico e as novas relações decorrentes deles. Serão travadas muitas batalhas mas no final a vitória inexorável será do compartilhamento, que além de ser socialmente justo é uma relação humanista que transcende o capitalismo.
LEIAM ABAIXO A HISTÓRIA DAS 2 MAIORES EDITORAS DO MUNDO

E AGUARDEM O PRÓXIMO POST SOBRE GRAVADORAS E PRODUTORAS DE CINEMA
Maiores Editoras de Livros do Mundo
Pearson-Longman e Bertelsmann são as duas maiores editoras do mundo, juntas possuem 30% do faturamento do mercado de livros do mundo, em 2010 faturaram cerca de 13 bilhões de euros.

A Origem das Editoras
Durante a Idade Média a Igreja e os nobres dominaram toda forma de reprodução escrita, através da nomeação dos copistas, aqueles que copiavam os livros. A invenção da tipografia e da imprensa no século XV, por Gutenberg, quando ainda não existia a patente ou o copyright, resultou na publicação de livros por toda parte, como consequencia uma revolução do conhecimento. Nessa época a nomeação por nobres ou pela a nomeação por nobres ou pela Igreja de livreiros (impressores) criava verdadeiros monopólios e não protegiam os direitos dos autores. Evidentemente que tanto os nobres quanto a Igreja protegiam seus interesses no ato da nomeação, de forma que mantinham um controle sobre as obras publicadas censurando o que lhes convinha. A Igreja Católica proibiu a impressão da bíblia em língua diversa do latim, mas, em 1521, ela foi traduzida para o inglês, impressa na Antuérpia e o seu tradutor, o sacerdote William Tyndale, foi queimado na fogueira por isso. Lutero mandou imprimir sua tradução da bíblia em alemão, em 1534 e a partir daí, outras publicações surgiram, em francês 1528, em espanhol 1569, em tcheco entre 1579-1593, em inglês 1611 e em neerlandês 1637. Os protestantes, ao infringir a lei imposta pelos católicos, foram perseguidos, mas, com o passar do tempo, receberam o apoio de alguns governantes que autorizaram as impressões. Os livreiros que imprimiam livros sem possuir um copyright e autorização ou nomeação do governo corriam o risco de serem presos ou mortos. A situação para esses livreiros só melhorou a partir da implementação da legislação de copyright.
 
Legislação Da Época Do Surgimento Das Editoras – O Caso Inglês

No período em que os impressores eram nomeados pelo Parlamento inglês, a legislação vigente era o Licensing of the Press Act 1662, o qual determinava que somente os nomeados poderiam imprimir livros e punia as impressões contrárias ao governo, com censura e prisão, mas não regulamentava a propriedade autoral. Em 1710, foi publicado o Statute of Anne (Estatuto da Rainha Anne), que deu o direito aos proprietários das obras ou seus autores pelo prazo de 21 anos após a posse ou produção da obra. Os monopólios continuaram dominando, pois já possuíam o direito de obras de muitos autores, devido a, durante séculos, possuírem exclusividade de impressão, não restando outra opção para os autores a não ser vender o direito de suas obras. Quando do término do prazo do direito pelo estatuto, 21 anos depois (por volta de 1731), eles passaram a ignorar o estatuto e continuaram monopolizando os direitos, resultando em sucessivos processos legais até o ano de 1774, quando o caso Donaldson X Beckett, teve como resultado a ratificação do estatuto. Os monopólios dos livreiros tentaram ampliar o prazo, contudo, foram derrotados mais uma vez, pois conforme entendimento do Câmara dos Lords (citando a decisão):
Não há Motivo para dar agora um Período maior, de modo a nos obrigarmos a dá-lo novamente sucessivamente, conforme os Anteriores forem Expirando; se esse Projeto passar, ele irá, em suma, criar um Monopólio perpétuo, uma Coisa extremamente odiosa aos Olhos da Lei; ele será uma grande Obstrução para os Negócios, uma Barreira para o Aprendizado, que não retornará nenhum Benefício aos Autores, mas sim uma Taxa pesada ao Público, apenas para aumentar os Ganhos privados dos Livreiros”.

Longman - Pearson

William Taylor foi nomeado pelo Parlamento inglês em 1714 se tornando impressor. As obras estrangeiras não estavam sob a legislação inglesa, portanto, os impressores podiam apresentar um volume da obra na Stationers Company, órgão do governo inglês, do qual o próprio William Taylor já fizera parte, pagar uma taxa, que já seria proprietário dos direitos daquela obra. As livrarias de William Taylor ficavam em Pater Noster Row, próximas a igreja de St. Paul e, conforme o dicionário de biografias de Oxford (de Longmam), essas livrarias já funcionavam desde 1640, período em que não havia direito autoral algum. Neste local existiam muitas livrarias (impressores de livros), que no início vendiam os livros religiosos, determinados pela Igreja, aos poucos foram sendo incluídos os livros apresentados na Stationers Company. Thomas Longman (1699-1755), filho de Ezequiel Longman (morto em 1708), um cavalheiro de Bristol, trabalhou, em 1716, com John Osborn, um livreiro de Londres, e, no término de seu aprendizado, casou com a filha de Osborn. Em agosto de 1724, comprou o estoque de livros, direitos e as livrarias de William Taylor. Após diversas gerações a empresa Editora Longmam se juntou ao conglomerado Pearson. O conglomerado Pearson foi fundado por Samuel Pearson, em 1844, na época somente uma construtora. Seu neto, Weetman Pearson, visconde de Cowdray, parlamentar inglês, representante dos interesses ingleses no México, onde fez diversos contratos de contruções, junto ao governo do ditador Porfírio Diaz, e também de exploração do petróleo. Os trabalhadores mexicanos eram quase como escravos, não recebiam em dinheiro, só recebiam vales que somente poderiam ser usados nos armazéns da própria empresa. Se o trabalhador chegasse atrasado 1 minuto após a entrada (5 horas da manhã) era demitido, além disso trabalhava 12 horas por dia e era proibido manifestações e greves, sindicatos e associações. Enriqueceu e após a queda do ditador, diversificou seus negócios pelo mundo, seus descendentes se juntaram a editora Longmam, formando a Pearson-Longmam, em 1968.

Bertelsmann

Fundada por Carl Bertelsmann em 1835, um missionário protestante, imprime e comercializa livros e hinos religiosos, nenhuma publicação com copyright. Seu editor e cronista, era professor e casado com sua filha mais velha, o qual escrevia, e Bertelsmann publicava, livros escolares. O movimento religioso de Bertelsmann apresentou o seguinte pensamento político: o “povo piedoso” a favor de uma monarquia forte que criaria as condições necessárias para um retorno aos valores cristãos na sociedade. Carl Bertelsmann se tornou secretário do prefeito de Gütersloh durante a ocupação francesa. Bertelsmann, em 1884, sob a direção de Johannes Mohn, também missionário e casado com a filha de Carl Bertelsmann, publicou muitas cartilhas de educação religiosa para acompanhar a colonização alemã na África. Em 1907, Mohn foi para a colônia e fundou uma sociedade de plantação, neste ano ocorreu um massacre na região, os alemães quase dizimaram as tribos colonizadas, os sobreviventes continuaram a ser aproveitados, em trabalho forçado, nas plantações. Em 1910 retorna a Gütersloh onde assume vários cargos políticos, assim como seu predecessor. Seu filho, Heinrich Mohm, dá sequência ao trabalho do pai, publicando obras de apoio ao ideal nazista e de carácter anti-semitista devido a ascensão do nazismo, o que fez com que as vendas da empresa aumentassem. Heinrich fez doações para o partido nazista e seu filho Reinhard foi tenente da SS. As vendas dispararam, atingiram , nos anos 40, cerca de 8 vezes o valor dos anos 20, uma das obras teve 19 milhões de exemplares publicados (eram para os soldados alemães). Além desse sucesso extraordinário nas vendas, reduziu seus custos utilizando judeus em trabalho forçado. Após a guerra Heinrich se afastou e passou a empresa para seu filho. A Bertelsmann comprou diversas outras empresas, entre elas a RCA e a EMI, duas gigantes da área da música.


Referências na Internet (acessadas em 03-02-2012):
As Maiores Editoras do Mundo
A Origem das Impressões
Legislação
Origem dos Livreiros
Informações Sobre William Taylor
História da Longmam
História da Pearson
História da Bertelsmann
Troca de Arquivos na Web Impulsiona Economia
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u592550.shtml
Paulo Coelho e a Pirataria
http://www1.folha.uol.com.br/tec/910219-paulo-coelho-volta-a-defender-pirataria.shtml

Direito Autoral e Copyright
Direitos Autorais – Editora FGV – Autores:Pedro Paranaguá e Sérgio Branco - Ano:2009
As Transformações Do Sistema De Patentes, Da Convenção De Paris Ao Acordo Trips - Editora Fundação Heinrich Böll - Autor: Cícero Gontijo - Ano: 2005
Cultura Livre – Sem Editora, liberado na web sob a licença Creative Commons – Autor: Lawrence Lessig – Ano: 2004

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Anonymous - Campanha Contra a Censura em 03/2012



LINK DA ORGANIZAÇÃO EM INGLÊS:
http://black-march.com/

Observar que neste site eles colocam uma imagem do site de camapnha pelo SOPA, lei que censura a internet no EUA, do próprio legislador americano que criou esse projeto de lei e adivinhem, ele usa uma imagem sem autorização de copyright, ou seja, é um violador da própria lei que está apresentando, heheheeheh.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Servidores Off: Megaupload, Filesonic, Fileserver, Uploaded



Após o servidor de arquivos Megaupload ser retirado do ar pelo FBI nos EUA, numa tentativa de pressionar para aprovação da lei SOPA, diversos servidores alteraram sua forma de trabalhar, alguns como Fileserver e Filesonic, no momento, estão funcionando somente para upload, enquanto o Uploaded suspendeu o acesso a IP's dos EUA. Essa é a sequência da guerra iniciada pelos representantes das mega empresas da área de entretenimento e comunicação. Acredito que nessas batalhas estão esquecendo dos mecanismos de transferência de arquivos que continuam funcionando mesmo com todo esse fogo cruzado, que são o P2P e o Torrent. O Torrent é sempre uma alternativa extraordinária e está em perfeito funcionamento, lembrando que já houve diversos ataques pela justiça, política e força militar (invadiram os prédios dos servidores do PIRATE BAY e tentaram acabar com os seus serviços, mas de nada resultou pois mantinham servidores em outros lugares) e está  em perfeito funcionamento. 
A liberdade de informação, conhecimento e cultura na internet jamais será derrotada por essas forças de opressão! A guerra continua!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Conquista da Comunidade da Internet, do Anonymous e da Liberdade

Depois dos protestos e da mobilização, os principais congressistas americanos retiraram o apoio aos projetos que censuram a internet. Entre os que mudaram de lado estão dois dos criadores dos projetos de censura, os senadores Marco Rubio, da Flórida, e Roy Blunt, do Missouri. Vários outros senadores e deputados também retiraram o apoio às propostas. Os projetos foram retirados de votação e estão sem previsão de retorno a congresso. Essa foi uma batalha, com uma brilhante vitória da ação internacional em defesa da internet livre e sem censuras. Mas não podemos esmorecer, temos que continuar ligados, pois os grandes e poderosos estarão sempre a espreita tentando impor a sua necessidade por lucros cada vez mais absurdos.
Matéria do Jornal do Brasil sobre a retirada dos projetos:
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2012/01/20/apos-adiamento-do-pipa-autor-do-sopa-retira-texto-da-pauta/
Números do evento, quantos milhões de assinatura em petições, os milhares de e-mails enviados aos congressistas americanos, etc...:
http://www.sopastrike.com/numbers

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Anonymous e a Primeira Guerra Cibernetica

O governo americano está acostumado a intervir em países, às vezes politicamente, outras vezes violentamente, com suas forças armadas, tudo para defender os interesses de seus grupos econômicos, a fatia extremamente gorda de lucro de 1% da população, os detentores do poder dos meios de comunicação entre outros grandes magnatas. Até agora eles não encontraram muita resistência, foi fácil no Iraque, no Afeganistão etc... No entanto, estão entrando em um novo terreno, onde seu predomínio militar e o poder econômico de suas grandes empresas lobistas não influencia, a internet. 
A lei da censura na internet, SOPA (Stop Online Piracy Act), que está para votação, foi a declaração de guerra que muitos usuários da internet já esperavam. Poder tirar do ar qualquer site que veícule qualquer coisa que infrinja o copyright, sem um processo legal, é uma violação dos direitos de livre expressão.
Imagine o Google ao ser usado para uma pesquisa sobre a Angelina Jolie, por exemplo, mostre no resultado da pesquisa um site que apresenta uma foto dela em um filme, divulgada sem autorização das grandes empresas de cinema, só isso já seria o suficiente, pelo SOPA, para tirar o Google do ar. Esse absurdo se estende a todo tipo de apresentação na internet, se vc colocar parte de uma música no seu site, também o terá retirado da web, esse é só o começo, não pensem que por acontecer nos EUA não irá influenciar sua vida aqui no Brasil ou em qualquer outro país. 
Atualmente estamos todos conectados e se essa lei é aprovada lá, pode, com o tempo, ser imposta a cada um dos países do mundo. Cabe a todos nós lutarmos para que a liberdade não seja cerceada, pois primeiro tiram do ar um ou outro site depois só permitem que seja publicado na internet aquilo que não os prejudiquem, assim como o Wikileaks fez e seu criador, Julian Assange, até hoje está pagando por isso. Depois, bem, seguindo o que a história nos mostra, o domínio tende a ser absoluto, derrubando todos que são contra, criando apenas um vencedor, os donos do capital, aquele 1% da população mundial que se banha em ouro para outros 99% pagarem por isso e dentre esse estão aqueles que morrem de sede e fome. 
O primeiro meio totalmente democrático e livre de informação do mundo é a internet, através dela as pessoas conseguem obter oportunidades melhores, de conhecimento, emprego e criação. Com a inclusão digital e fazendo parte dos direitos humanos, a internet transforma o equilíbrio entre os detentores do poder e os demais e se hoje posso externar aqui o que penso, de forma que muitas pessoas terão oportunidade de ler, é devido ao modelo de liberdade democrática da web. Antes somente os proprietários dos meios de comunicação poderiam expor o que querem e pensam, assim dominando o mundo da informação. Isso faz parte da revolução que estamos vivendo, por isso surgiu o movimento Occupy, a mobilização via internet, como a organizada aqui na cidade onde moro, em Uberlândia, contra o aumento abusivo das passagens de ônibus, entre outros no mundo todo. 
A internet já derrubou governos, acabou com ditaduras de décadas, mudou comportamentos, revolucionou também nos meios de comunicação, a mídia física está em extinção, mudou a cultura, antes era o lucro a palavra que determinava o mundo social, na internet essa palavra não é a mais utilizada, basta consultar no próprio google, a palavra é compartilhar, essa é a nova cultura mundial, o novo ser humano que emerge neste turbilhão de transformações sociais. O movimento de resistência e luta já começou! Os usuários da internet, juntamente com os sites de informação, já lançaram a petição contra o SOPA, no AVAAZ, já tem mais de 2.300.000 assinaturas, ao governo americano foi apresentado um abaixo assinado na web de mais de 4.500.000 de assinaturas, números esses que continuam crescendo. Os sites de informação fizeram diferentes tipos de enfrentamento, alguns utilizaram faixas pretas, outros estiveram fora do ar, outros trouxeram mensagens contra o SOPA.

O grupo Anonymous tirou do ar o site do FBI, do departamento de justiça americano, da Universal Estúdios, além de divulgar o valor nas contas bancárias dos proprietários de alguns grandes estúdios. Esse momento é um marco na história, os grandes magnatas do mundo querendo manter sua extraordinária riqueza e poder e os outros 99%, mostrando que a sociedade está mudando. Vamos nos unir para prosseguir nessa luta. Muitos estão argumentando que o direito autoral é violado e os autores perdem com isso, mas não vemos nenhum autor lutando contra a internet, somente as grandes produtoras, distribuidoras e gravadoras. Quando mecanizaram as indústrias e os funcionários foram demitidos, os proprietários das empresas acharam absolutamente normal, não se preocupando com o que aconteceria com os funcionários. O mundo seguiu, a nova forma de produção, mais mecanizada, se estabeleceu e os funcionários tiveram que encontrar seu novo lugar nesse mundo. 
Agora acontece o mesmo com os meios midiáticos, uma nova forma tecnológica surgiu, e a mídia física se torna desnecessária, a distribuição é simples (via web) e a produção, com os softwares e equipamentos caseiros atuais se pode produzir qualquer mídia em casa, filme, música ou livros.
Não me preocupa o que vai acontecer com os magnatas nesse novo meio de produção, assim como eles não se preocuparam com os trabalhadores antes. Desesperados em ter seus lucros infames reduzidos, tentam de tudo, inclusive mudar a lei, para que a legalidade de hoje seja a ilegalidade de amanhã e então possam utilizar de todo seu poder coercitivo para extrais mais lucro da população. Os primeiros resultados já surgiram, vários congressistas americanos que eram favoráveis, aliás dois dos criadores do projeto, ao SOPA, já desistiram, o governo americano e seu presidente Obama, já declaram que discordam da lei como está, e o lobby dos magnatas está tendo seu primeiro revez.
Muitos já entraram de frente nessa briga, eu gostaria de destacar um deles, brasileiro, Maurício de Sousa, criador da turma da Mônica, que tirou seu site do ar e colocou a mensagem abaixo:
Assinem as petições, divulguem em seus sites, blogs, redes sociais, facebook, orkut, twiter, onde mais puder, é assim que começamos a mudar os valores da sociedade do lucro para uma sociedade mais justa.
Assista abaixo o vídeo de convocação do Anonymous:

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Presente de Natal do Anonymous

Hackers do 'Anonymous' roubaram e-mails e informações, cerca de 200 GB de dados, de cartões de crédito (número do cartão, dados do titular e senha) de clientes da Stratfor (Strategic Forecasting Inc.), empresa financeira, de segurança e inteligência global, e publicaram no Twitter uma lista dos clientes, incluindo agências do departamento americano de Defesa, Exército e Força Aérea americanas e empresas como Apple e Microsoft. O site da Stratfor ficou off-line, com mensagem descrevendo a invasão, aliás, continua off-line até 09-01-2012 e sem data prevista de volta.
Publicaram, no Twiter, a lista privada e secreta de clientes da Stratfor, zombando ao afirmar que não era uma lista "nem tão privada nem tão secreta".
25 de dezembro, Natal, Anonymous distribuiu presentes (em forma de doação) como AnonSanta, o que para nós seria o correspondente a AnonNoel, e publicaram imagens de recibos de doações feitas por eles com cartões de crédito dos clientes da Stratfor. As doações chegaram ao montante de, aproximadamente, um milhão de dólares, sendo destinados a Cruz Vermelha Internacional, CARE – Cooperative for American Remittances to Europe e Save the Children (Ajudem as Crianças).
Com a atitude de horror manifestada por diversos "doadores" compulsórios, o mito de Robin Hood volta a aterrorizar os ricos, séculos depois de seu surgimento, modernizado como um hacker, no lugar da floresta de Sherwood, encontra-se na floresta virtual da web, mostrando que enquanto existir necessitados, enquanto houver exploração e os ricos forem 1% da população e os pobres 99%, ele  retornará para roubar dos ricos e dar para os pobres.

Para detalhes da invasão com um depoimento de um dos doadores compulsórios:
http://siliconangle.com/blog/2011/12/26/anonymous-hacks-stratfor-makes-generous-christmas-donations/
Site da empresa de segurança global (segurança?):
http://www.stratfor.com/
Notícia veiculada no Jornal do Brasil:
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2011/12/25/hackers-do-anonymous-atacam-stratfor/